Bip é emitido a
cada gota que atravessa um sensor, auxiliando na contagem. Produção do
dispositivo tem baixo custo
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Tecnologia evita erros na dosagem de medicamentos - Foto: Divulgação |
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram um conta-gotas inédito, batizado de Ping, com aviso sonoro. A tecnologia assistiva funciona mediante um bip emitido a cada gota que atravessa um sensor, com o intuito de auxiliar na contagem. O invento, registrado pela Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da UFPB, é indicado para cegos, pessoas com baixa visão, idosos ou qualquer indivíduo que tenha dificuldade visual para administrar medicamentos em gotas, a fim de evitar erro de dosagem.
O conta-gotas é
resultado dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) do estudante de Engenharia
de Produção Mecânica, João Victor Nogueira, e da estudante de Engenharia
Elétrica, Rosiane Agapito da Silva. Eles foram orientados, respectivamente,
pelos professores Fábio Borges e Euler Macedo. Também colaboraram no início da
pesquisa, durante a disciplina Planejamento e Projeto do Produto, os estudantes
Luciano Costa e Luciano Cabral e Silva.
Com um tamanho
de oito centímetros, o protótipo do Ping é feito de plástico ABS, uma resina
termoplástica derivada do petróleo. O dispositivo foi confeccionado por meio de
uma impressora 3D, para manter o baixo custo. “O produto é inclusivo também no
preço. Hoje, o item mais caro para sua produção é a bateria, uma pilha de
controle remoto de portão eletrônico, que custa entre R$ 3 e R$ 5. Portanto, o
aparelho deve chegar ao mercado com preço bem acessível”, afirma João Victor
Nogueira.
O dispositivo
foi desenvolvido em um ano e meio. João Victor Nogueira ressalta que aparelho
possibilitará mais autonomia às pessoas com alguma limitação visual. “Eu já
tinha contato com o Instituto dos Cegos em João Pessoa, por causa de um
trabalho realizado durante meu Ensino Médio. Eles têm a necessidade de um
produto que os auxiliem a tomar remédio em gotas. Há também as mães cegas que
não conseguem dar remédio em gotas para os seus filhos”, conta o estudante.
“Tem remédio que
não tem problema nenhum em passar um pouco da dosagem, mas há outros que
oferecem risco de overdose, principalmente para uma criança pequena”, argumenta
João Victor Nogueira.
O estudante
relata que, sem um dispositivo como este, as pessoas com deficiência visual têm
que pedir a alguém para administrar um
medicamento ou pingar um líquido em um copo posicionado perto do ouvido. “Essa
prática não é confiável, porque, após uma certa quantidade de gotas, forma-se
uma lâmina de líquido no fundo do copo, comprometendo a precisão.
O design do
produto foi desenvolvido pela Spark, empresa holandesa com base no Recife (PE),
que foi contratada para esse fim. O invento também contou com os trabalhos da
empresa Contra Criativos, aceleradora de startup responsável por criar um
modelo de negócios e estratégias de pré-produção, para que o produto chegue ao
mercado.
O dispositivo
está em fase de ajustes e depende de programas de incentivos para chegar ao
mercado.
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