Gestor foi
afastado do cargo pela última vez no dia 20 de maio deste ano, após decisão da
Justiça. Ele foi acusado de contratar servidores fantasmas para o município em
2017
![]() |
Berg Lima protocolou a carta renúncia ao cargo de prefeito de Bayeux, PB, na manhã desta terça-feira (14) - Foto: Silvia Torres/TV Cabo Branco |
O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (PR), renunciou ao cargo na manhã desta terça-feira (14). O anúncio foi feito por meio de uma carta entregue na Câmara dos Vereadores da cidade localizada na Grande João Pessoa.
A carta de
renúncia foi endereçada ao presidente interino da Câmara, Inaldo Andrade. Em
entrevista à TV Cabo Branco, Berg justificou a decisão.
“A gente fez uma
reflexão e para a paz política no município de Bayeux, depois de tantos
momentos de perseguição no âmbito político e pessoal, eu tomei essa decisão”,
declarou.
Na carta, Berg
Lima afirma ter sido vítima de armação e diz ter sido perseguido. Confira o
conteúdo da carta na íntegra no fim da reportagem.
O prefeito
afastado tentou protocolar a carta renúncia no fim da tarde da segunda-feira
(13). Mas segundo o presidente interino do Poder Legislativo Municipal, o
expediente no local havia encerrado e, por isso, o documento não foi
apresentado.
Conforme Inaldo
Andrade, após o protocolo do pedido de renúncia, o edital de convocação para
novas eleições podem ser marcadas em até 30 dias. Existe ainda o período de
mais 30 dias para a marcação de uma votação interna.
Berg Lima foi afastado no dia 20 de maio após decisão judicial motivada por pedido do Ministério Público da Paraíba. Ele foi acusado de contratar servidores fantasmas para a prefeitura de Bayeux em 2017.
Além desta
denúncia, o prefeito afastado foi denunciado pelo Ministério Público por
suspeita de aplicar verbas em áreas diversas que seriam exclusivas para uso em
melhorias no trânsito da cidade.
O gestor
preferiu não se posicionar sobre as denúncias e disse que elas estão sob
avaliação da Justiça.
Carta renúncia
de Berg Lima
"Tive a honra e a felicidade de ser escolhido pelo povo de Bayeux para servir minha cidade na condição de prefeito. Por outro lado, desde então, as forças e os poderes que sempre tiveram interesses e dominaram a cidade sem cuidar do povo não se conformaram com a legítima decisão que cada cidadão e cidadã de Bayeux tomou nas urnas.
Vitima de uma
armação jamais vista, fui afastado, perseguido, passei por uma verdadeira
provação ao lado da minha família e dos poucos que querem realmente o bem da
nossa cidade e da nossa gente. O justo prevaleceu e retornei à missão que me
foi confiada pelo povo de Bayeux. Trabalhei dia e noite para honrar a confiança
de cada cidadão, ainda mais quando tivemos que enfrentar bravamente uma
pandemia sem precedentes.
Entretanto, ver Bayeux bem cuidada e no caminho certo incomoda muita gente, ainda mais em ano eleitoral. Arrumaram qualquer motivo para, numa clara perseguição pessoal, me afastarem mais uma vez e entregar a cidade na mão dos meus oportunistas algozes, verdadeiros tiranos que não guardam qualquer compromisso com nossa gente, numa trama medíocre e repugnante.
Não resta
qualquer dúvida que há uma cruzada contra a minha pessoa e que essas pessoas
não descansarão enquanto não tirarem da mão do povo o direito de escolher seu
prefeito.
Não temo
qualquer um deles, tampouco me acovardo na luta, mas minha missão maior sempre
foi com o povo da minha amada Bayeux. Essa perseguição injusta e covarde já
causou muito mais mal à nossa cidade até que a mim mesmo.
Sendo assim,
para tentar dar à minha amada Bayeux uma última esperança de ter paz e poder
seguir caminhos melhores, renuncio, em caráter irrevogável e irretratável, com
muita dor, ao cargo que com muita honra recebi do povo para que o alvo passe a
ser apenas eu e nosso povo e nossa cidade possam ter tempos melhores.
Cristão
convicto, relevo as injustas acusações e perseguições assacadas contra mim,
entregando nas mãos do Nosso Pai Celestial o Julgamento Maior e Final.
Bayeux- PB, 13
de julho de 2020."
GUTEMBERG DE
LIMA DAVI
Nenhum comentário:
Postar um comentário