Segundo os
funcionários, o grupo era formado por parentes de uma paciente de 56 anos
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O hospital municipal Ronaldo Gazolla é referência para pacientes com covid-19 - Imagem: Reprodução/Google Maps |
Um grupo de cinco pessoas invadiu o hospital municipal Ronaldo Gazolla - referência para pacientes com covid-19, na zona norte do Rio, para questionar a morte de uma parente que deu entrada na unidade nesta semana e faleceu hoje em decorrência do coronavírus.
Segundo os
funcionários, o grupo era formado por parentes de uma paciente de 56 anos.
Houve tumulto, os familiares acessaram o quinto andar do hospital - área
restrita aos pacientes e funcionários e danificaram computadores e portas da
unidade.
O presidente do
Sindicato dos Médicos, Alexandre Telles, que trabalha na unidade, contou que o
grupo foi contido com ajuda da Guarda Municipal. "Eles estavam
inconformados com o falecimento de um familiar, não aceitavam a morte, eles
questionavam o fato de a paciente estar bem ontem e hoje ter morrido. Eles
entraram gritando, ameaçando os funcionários verbalmente, derrubaram
computadores no chão. Trouxeram muito estresse para o hospital e se colocaram
em risco, inclusive. Esse fato mostra como os profissionais de saúde ficam
expostos e sem segurança nos hospitais do Rio".
Uma outra
funcionária da unidade, enfermeira, conta que alguns profissionais se
esconderam com medo.
"Tiveram
colegas que se trancaram em banheiros, pois não sabiam o que estava
acontecendo. Foi tudo muito rápido. Muita correria e gritaria. O grupo entrou
bem alterado, revoltados com a morte dessa senhora. Eles invadiram as alas A e
B do hospital, quebraram computador e danificaram outros objetos. Foram bem
agressivos", disse uma funcionária da unidade que pediu para não ser
identificada.
"Eles
batiam nas portas e gritavam. Ninguém poderia estar ali. Foi uma situação de
muito risco, inclusive, para eles próprios. Trouxe medo para quem estava no
hospital", contou outra funcionária.
O caso ocorreu
por volta de meio-dia. O grupo circulou livremente pelo hospital sem que
ninguém o impedisse até a chegada da Guarda Municipal. Os familiares
conseguiram acessar o quinto andar do hospital, onde fica a clínica média que
faz os atendimentos de menor risco.
Procurada, a
Secretaria Municipal de Saúde explicou que os familiares ficaram desesperados
ao receberem a notícia da morte de uma parente internada no local e ficaram alteradas.
De acordo com a pasta, uma placa de sinalização foi quebrada e uma porta
danificada. A SMS enfatizou que vigilantes, guardas municipais de uma viatura
que fica baseada no hospital e integrantes da equipe assistencial ajudaram a
contornar a situação.
Uma das pessoas
da família, uma mulher, precisou ser medicada no local para se acalmar.
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