O presidente
havia sugerido que pessoas entrassem em hospitais para 'conferir' ocupação dos
leitos
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Foto: Reprodução |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse, em uma rede social, que a invasão de hospitais, assim como o incentivo a esse tipo de ação, representa um crime. A afirmação é uma resposta direta ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que encorajou seus apoiadores a entrarem em hospitais para verificar a ocupação de leitos.
“Invadir
hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs
Estaduais) devem atuar imediatamente”, afirmou o ministro.
“É vergonhoso –
para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias
da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, disparou ele, sem citar o
nome do presidente.
Em transmissão
ao vivo no Facebook, Bolsonaro sugeriu a ação como forma de verificar se o
dinheiro público estaria sendo bem aplicado.
“Tem um hospital
de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de
entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer,
para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis
ou não”, pregou o presidente.
Depois da fala,
foram registrados episódios de invasão de hospitais pelo país, inclusive
algumas protagonizadas por parlamentares. Na última sexta-feira (12/06), em
Fortaleza (CE), vereadores invadiram hospital de campanha do estádio Presidente
Vargas (PV).
No último sábado
(13/06), deputados estaduais do Espírito Santo fizeram “visita surpresa” ao
Hospital Dório Silva, no município de Serra, região metropolitana de Vitória.
Segundo um deles, Torino Marques (PSL), que divulgou a ação em suas redes
sociais, o objetivo era mostrar a “realidade da situação por dentro”
No Rio de
Janeiro, na quinta-feira (14/06), o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla teve
computadores, placas de sinalização e portas estragadas e houve tentativa de
invasão de leitos. Em nota, a administração afirmou que eles eram familiares de
uma vítima da Covid-19 — fontes ouvidas pelo Globo contaram que eles queriam
confirmar se os leitos estavam de fato ocupados.
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