Entre os
comportamentos sexuais de risco, estão relação sexual desprotegida com
profissional do sexo; relação sem preservativo com mais de um parceiro sexual;
e relação sexual com um parceiro(a) no mesmo dia em que o/a conheceu
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Quanto mais o se usa o aplicativo Tinder, mais comportamentos sexuais de risco são reportados - Foto: Reprodução |
Um estudo realizado pelo Laboratório de Psicologia da Mídia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) investigou o comportamento sexual de risco de usuários do aplicativo de paquera Tinder.
Segundo o
trabalho da estudante Luiza Armanda Pinto, sob orientação do professor Carlos
Eduardo Pimentel e colaboração de Amanda Barros de Abreu, quanto mais o se usa
o aplicativo Tinder, mais comportamentos sexuais de risco são reportados.
Entre os
comportamentos sexuais de risco, estão relação sexual desprotegida com
profissional do sexo; relação sem preservativo com mais de um parceiro sexual;
e relação sexual com um parceiro(a) no mesmo dia em que o/a conheceu.
“Encontramos
também outras relações importantes, como a ligação entre o uso de álcool,
extroversão e esses comportamentos. Ou seja, quanto mais extrovertido e consumo
de álcool, mais comportamentos sexuais de risco o indivíduo pode apresentar”,
diz Carlos Eduardo Pimentel.
De acordo com a
pesquisa, as redes sociais são alternativas para que se busquem parceiros
sexuais, aumentado a probabilidade de ocorrência do sexo casual. O conhecimento
gerado a partir do estudo poderá auxiliar políticas públicas de combate a
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e à Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS), além de enriquecer a literatura a respeito dos preditores dos
comportamentos sexuais de risco.
“A pesquisa é
importante porque amplia o conhecimento sobre as variáveis relacionadas, que
servem para explicar esses comportamentos. O uso destes aplicativos é um
fenômeno novo, ainda há muito o que se estudar e outras pesquisas devem ser
realizadas em outras regiões e com outras populações. É importante, ainda, pois
podem ser realizadas campanhas sobre a prevenção de DSTs no aplicativo”,
explica Carlos Eduardo Pimentel.
Para a
realização do trabalho, utilizou-se o ambiente virtual da internet, aplicando
um questionário on-line em endereços eletrônicos e redes sociais. A amostra foi
composta por 260 participantes, sendo 70,6% do sexo feminino e 30,4% do sexo
masculino, com idade entre 18 e 57 anos.
Dentre os
voluntários 88,2% apresentaram orientação heterossexual e 82,1% indicaram ser
solteiros(as). A análise foi realizada com estudantes universitários da cidade
de João Pessoa (PB), bem como de classes sociais e cursos diferentes, que
utilizam, já utilizaram ou nunca utilizaram sites e/ou aplicativos de
relacionamentos.
A pesquisa foi
desenvolvida em 2016 e 2017, por meio do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (Pibic). Lançado em 2012, o Tinder é o aplicativo líder
mundial para conhecer novas pessoas. A plataforma permite que os usuários criem
conexões a partir de perfis pessoais.
Conforme
levantamento feito pelo aplicativo no ano de 2017, o Brasil é o terceiro país
com o maior número de usuários no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e
Reino Unido. Além disso, tem a maior média de matches (interesse recíproco
entre os usuários) do mundo, ficando com 15% mais combinações do que os outros
190 países onde o aplicativo funciona.
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