Estimativa
de cientistas da USP e UNB apontam que o Brasil tem 313 mil casos, em vez de 23
mil anunciados pelo Ministério da Saúde
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Profissional de saúde conduz teste rápido de paciente no hospital Ronaldo Gazolla, referência em casos de Covid-19 no Rio - Foto: Leo Martins/Agência O Globo |
O número de casos de
infecção pelo novo coronavírus no Brasil supera 313 mil pessoas, segundo uma
nova análise de modelagem numérica da Covid-19 — o último boletim do Ministério
da Saúde fala em 23.430 casos confirmados. A estimativa foi apresentada nesta
segunda-feira pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre
outros centros de pesquisa do país. Para a data de 11 de abril, a modelagem
estimou haver 313.288 infectados, número mais de 15 vezes maior que o oficial
naquela data, de 20.727.
O Brasil é um dos países que
menos testam no mundo, embora seja o 14° mais afetado. Se o número de casos
subnotificados projetado fosse considerado, seria o segundo do mundo, atrás
somente dos EUA, que testam 8.866 pessoas por milhão, enquanto o Brasil faz 296
testes por milhão de habitantes.
Medidas mais rígidas
O grupo, que tem acertado as
projeções sobre a doença desde o início da epidemia, também projeta as
estimativas de ocupação dos leitos de emergência e de UTIs nos estados. A
primeira projeção detalhada, para o Distrito Federal, traça três cenários. Em
todos, a situação é dramática.
— O modelo que trabalhamos
considera que para os três cenários todos os leitos estão disponíveis no começo
da epidemia. Mas, como segundo o próprio Ministério da Saúde informa, estamos
em média com uma taxa de ocupação de 75%, e essas previsões podem ser mais
dramáticas — observa o especialista em modelagem computacional Domingos Alves,
integrante do grupo e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).
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