Até o
momento, porém, nenhuma medida que afete servidores públicos foi adotada pelo
Executivo
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© Marcello Casal Jr - Agência Brasil |
O secretário de Política
Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu nesta
terça-feira (14) que o governo congele o salário de servidores públicos. Para
ele, a medida teria um aspecto moral ao demonstrar que todos estão dando sua
parcela de contribuição.
Após o agravamento da
pandemia do novo coronavírus, o governo apresentou um pacote de enfrentamento
da crise, que inclui a possibilidade de corte de jornadas e salários e
suspensão de contratos de trabalhadores da iniciativa privada.
Até o momento, porém,
nenhuma medida que afete servidores públicos foi adotada pelo
Executivo."Será que está correto algumas pessoas não perderem o emprego e
manterem o salário? Um país é muito mais do que aspectos econômicos. Aspectos
morais são importantes. Vamos ter que olhar com muita atenção a questão do
funcionalismo público. Acho que está na hora de todos darem sua
contribuição", disse em videoconferência promovida pela XP Investimentos.
O secretário ressaltou que a
folha de pessoal representa o terceiro maior gasto do governo, depois das
despesas com juros da dívida e a Previdência. Ele também argumentou que o
serviço público tem distorções, como os elevados salários de entrada nas
carreiras."Não é tão complicado assim você passar um ou dois anos sem
reajuste. E a inflação está baixa", disse.
Nas negociações em torno do
pacote de socorro a estados e municípios, o Ministério da Economia tentou
condicionar a concessão de ajuda financeira ao congelamento de salário dos
servidores. A medida, porém, sofre rejeição de parlamentares e não é
unanimidade no governo, porque poderia gerar desgaste político em ano eleitoral.
Desde o ano passado, o
governo elabora uma proposta de reforma administrativa para promover ajustes no
serviço público, com corte no número de carreiras, fim da estabilidade, redução
de salários de entrada e aprimoramento das avaliações de desempenho.
Diante de resistências do
Congresso e do presidente Jair Bolsonaro, o texto ficou em compasso de espera
nas gavetas do ministério. A crise do coronavírus suspendeu totalmente essa
negociação.Na videoconferência desta terça, Sachsida ainda afirmou que a recuperação
da economia após a crise "realmente preocupa". Segundo ele, se um
número elevado de empresas quebrarem agora, a retomada no futuro será
dificultada.
O secretário disse que
empresas desvalorizadas na bolsa passam a ter restrições de acesso ao crédito.
Isso porque, com avaliação de patrimônio menor, as garantias para empréstimos e
financiamentos também ficam menores.Ele ressaltou, porém, que o conjunto de
medidas adotado pelo governo busca mitigar esses efeitos da crise.
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