Primeiro
clássico da competição termina sem gols e com quatro expulsos de Grêmio e de
Inter, na noite desta quinta, na Arena
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Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital |
O Gre-Nal 424
parecia totalmente controlado durante 85 minutos. Mas a fogueira do clássico
precisou de uma faísca para incendiar de vez a noite de quinta-feira na Arena.
O primeiro clássico da Libertadores foi do ineditismo ao sentimento de vergonha
de ambas as partes, com direito a briga generalizada e oito expulsões.
Muito antes de
jogadores trocarem socos e pontapés, as diretorias de Grêmio e Inter
confraternizaram em uma churrascaria de Porto Alegre para dar certo ar de
pacificação ao Gre-Nal. O clássico estava pronto para ter um ambiente saudável
e de futebol ofensivo.
De fato, foi o
que se presenciou até os 40 minutos do segundo tempo. Tanto Grêmio quanto Inter
tiveram chances de abrir o placar. Se alguém evitasse o 0 a 0 na Arena, não
haveria injustiça. Porém...
"Não dá
para entender o que houve. De repente, é uma faísca" (Marcelo Lomba,
goleiro do Inter)
A fagulha
Bastou uma
faísca para incendiar um clássico que parecia ser à prova de fogo. O cronômetro
marcava 40 minutos do segundo tempo quando Jean Pyerre dominou a bola no meio e
tocou para Pepê.
O atacante do
Grêmio disparou pela direita de ataque, disputou no corpo com Moisés, caiu e
ganhou a lateral. Mas sofreu contato do adversário por trás, no chão, se
levantou e partiu para o bate-boca.
O que parecia
ser uma discussão normal de jogo tornou-se uma sequência de cenas lamentáveis.
Luciano apareceu para peitar Moisés, foi agarrado no pescoço e se enroscou com
Edenilson, que defendia o colega. A partir daí, cada ação recebeu uma reação. E
ninguém mais controlou o incêndio em vermelho e azul.
Não houve
ausentes na confusão. Paulo Miranda deixou o banco de reservas e trocou socos
com Moisés. Cuesta empurrou Caio Henrique, que caiu no gramado e partiu para
cima do argentino. Praxedes ainda bateu boca com o lateral gremista. Bruno
Fuchs e Jean Pyerre se prometeram.
Até mesmo os
técnicos Renato Gaúcho e Eduardo Coudet invadiram o gramado para acalmar os
ânimos. Contiveram, mas não impediram a confusão.
Ali perto, o
árbitro Fernando Rapallini visualizou a selvageria descontrolada e, auxiliado
pelos assistentes, expulsou um batalhão de gremistas e colorados: foram para a
rua Luciano, Pepê, Caio Henrique e Paulo Miranda, do Grêmio, e Praxedes,
Moisés, Cuesta e Edenilson, do Inter.
Visual melancólico e final amistoso
Um minuto a mais
e Coudet trocou Guerrero por Lindoso. Pronto. O primeiro Gre-Nal da história da
Libertadores encerrava, visualmente, de forma melancólica. Eram sete jogadores
de linha, mais os goleiros, para cada lado.
Incrivelmente
ainda houveram chances das redes balançarem. Foi o Grêmio que atacou duas
vezes. Uma com Geromel chutando por cima do gol de fora da área. E a outra com
Lucas Silva acertando o travessão. Instantes depois o sonoro apito final soou.
A partir daí, as
cenas eram como de um jogo normal sendo finalizado. Jogadores em campo trocando
uniformes, sorrindo um para o outro e batendo papo com a mão sobre as bocas.
Porém, no túnel que dava acesso aos vestiários, a polícia dividiu gremistas
para um lado e colorados para o outro.
Clima tenso e troca de farpas
Foi então que as assessorias de imprensa de ambos clubes
concordaram que os jogadores não falariam na zona mista. Ou seja, sem
explicações por parte dos atletas. Com exceções de Geromel e Lomba, que por
questões de protocolo da Conmebol, acompanharam os técnicos respectivos nas
coletivas.
As
trocas de farpas seguiram também nas entrevistas, tanto pelo lado do Grêmio,
quanto pelo lado do Inter. Há ainda o elemento de que outro Gre-Nal se
aproxima. O clássico de número 425 será no próximo dia 21 de março, no Beira-Rio,
válido pela 4ª rodada do Gauchão. Fica a esperança de que cenas como essas
sejam passado para o confronto que está por vir.
Mas
antes disso, a dupla Gre-Nal volta a campo já neste domingo. O Grêmio joga
antes, a partir das 11h recebendo o São Luiz, na Arena. Enquanto o Inter visita
o São José no Francisco Novelletto, às 19h.
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