Medidas são anunciadas após assassinato de um estudante que, antes da
morte, disse que era ameaçado por guardas do campus na Capital
![]() |
Universidade Federal da Paraíba (Foto: Arquivo Jornal Correio) |
A
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) informou nesta sexta-feira (21) que irá
ampliar em 200% a quantidade de câmeras de monitoramento no campus I, em João
Pessoa. Serão instaladas, a partir do fim do mês de março, mais 98 filmadoras.
Elas se somarão às 49 que já estão em funcionamento e interligadas a uma
central de monitoramento. A instituição anunciou ainda chancela virtual,
reconhecimento facial e botão do pânico.
O
superintendente de Segurança Institucional da UFPB, professor Saint-Clair
Avellar, informou que a previsão para os novos equipamentos estarem funcionando
é de 120 dias após o início da instalação. Ele afirmou que a universidade
pretende estender o projeto para os demais campi, a depender da disponibilidade
de recursos financeiros.
Além da
instalação das novas câmeras, serão implementadas outras ferramentas de
segurança, que funcionam por meio de softwares. Uma delas, a cancela
virtual, serve para identificar a movimentação de pessoas em determinados
acessos e coletar dados.
“A cancela
virtual vai me dar o dado preciso, em um determinado portão, por exemplo, da
quantidade de carros, de motocicletas, enfim. Então no momento em que se
precisar identificar, por suspeita, algum veículo, a gente consegue essa
identificação pela cor e placa, em alta definição”, explica.
Outra
novidade é um software de reconhecimento facial e postural, que
funcionará por meio da captação de imagens pelas câmeras. Será criado ainda o
botão do pânico. Trata-se de um aplicativo desenvolvido pela própria
superintendência. Ele será disponibilizado para toda a comunidade universitária,
mediante cadastro.
“No momento
em que você estiver se sentindo ameaçado dentro do campus, bastará acionar o
botão de pânico que nós vamos saber todo o percurso que você está fazendo.
Então a gente poderá seguir, abordar, proteger e tentar debelar qualquer tipo
de ameaça”.
Saint-Clair
Avellar conta ainda que nesta última quinta-feira (21), por exemplo, a
segurança do campus I evitou o furto de uma bicicleta, depois que um suspeito
foi identificado e flagrado pelas câmeras de monitoramento. Ele foi abordado e
a polícia foi acionada.
A
superintendência estima que os investimentos em tecnologia reduzam as despesas
com segurança. “Considerando o que se paga hoje de segurança terceirizada, os
valores para instalação de forma definitiva do monitoramento são infinitamente
aquém do que se paga mensalmente. Depois de todo esse aperto financeiro pelo
governo, nós gastamos, hoje, R$ 8 milhões por ano em segurança”.
Morte de
aluno
As medidas
da UFPB são anunciadas no momento em que a polícia e a instituição apuram o
assassinato de um estudante que, antes da morte, disse que era ameaçado por
guardas que fazem a segurança no campus da Capital.
O estudante
Clayton Tomaz de Sousa, de 31 anos, que estava desaparecido desde o dia 6 de
fevereiro e foi encontrado morto na tarde dessa segunda-feira (17), deixou um
vídeo onde expõe temer a própria morte. “Minha vida tá em risco, galera.
Qualquer hora dessas essas caras dão cabo de mim, e fica aí o recado: se eu
aparecer morto, foram eles. Não tem outros. Foram os guardinhas da UFPB”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário