Acidentes com animais desse tipo foram incluídos pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais negligenciadas
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Escorpiões estão envolvidos na maioria dos acidentes com animais peçonhentos - Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília |
Animais
peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais
para injetá-la em presas ou predadores. O Ministério da Saúde elenca escorpiões,
aranhas, serpentes, abelhas, lagartas e águas-vivas como os principais neste
segmento. Os acidentes com animais desse tipo foram incluídos pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais negligenciadas que
acometem, na maioria das vezes, populações pobres que vivem em áreas rurais.
Na Paraíba,
segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde, foram registrados
8.020 acidentes com animais peçonhentos em 2019, número que aumentou em
comparação aos anos de 2017 e 2018, quando foram notificados 5.521 (45,3%) e
6.431 casos (24,7%), respectivamente.
Prevenção
De acordo
com orientações do Ministério da Saúde, o risco de acidentes com animais
peçonhentos pode ser reduzido caso sejam tomadas algumas medidas gerais e
simples para prevenção. São elas:
- Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
- Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
- Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
- Não acumular entulhos e materiais de construção;
- Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
- Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
- Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
- Manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros;
- Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada;
- Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
O que fazer em acidentes com animais peçonhentos
Ainda
conforme recomendações do Ministério da Saúde, em caso de acidente, a indicação
é procurar atendimento médico imediatamente. O paciente deve informar ao
profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como
tipo, cor, tamanho, entre outras. Se possível, e caso tal ação não atrase a ida
do paciente ao atendimento médico, deve-se lavar o local da picada com água e
sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), mantendo a vítima em
repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.
Em acidentes
nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, deve-se retirar
acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas
amarradas e calçados apertados.
Não se deve
amarrar (fazer torniquete) o membro acometido e, muito menos, cortar e/ou
aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local
da picada.
Especificamente
em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para alívio
da dor inicial, pode-se usar compressas geladas de água do mar (ou pacotes
fechados de gelo envoltos em panos, se disponível). A remoção dos tentáculos
aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com
uso de pinça ou lâmina. É preciso procurar assistência médica para avaliação clínica
do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar.
Além dessas
indicações, é necessário que não se tente ‘chupar o veneno’, pois essa ação
apenas aumenta as chances de infecção local. Veja aqui informações
específicas sobre como devemos proceder em cada caso, com os diferentes tipos
de animais.
Locais de referência
Em João
Pessoa, o Centro de Assistência Toxicológica da Paraíba (Ceatox), situado no
Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) é o local de referência para o tratamento de acidentes envolvendo
animais peçonhentos.
Apenas na
unidade, em 2019, foram atendidos 2498 casos, sendo 2374 por acidentes com
escorpiões, 48 com serpentes e 76 com aranhas. Assim como no restante do
estado, o Ceatox também registrou crescimento das ocorrências totais, já que em
2018 foram 1401 atendimentos, sendo 1283 envolvendo escorpiões, 55 situações
com serpentes e 63 com aranhas.
O Ministério
da Saúde elenca outras unidades de referência espalhadas pela Paraíba. As
instituições de saúde, bem como seus contatos e endereços podem ser encontrados neste link.
Portal Correio
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