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Maconha é cultivada dentro da Abrace Esperança em João Pessoa para produção do canabidiol — Foto: André Resende/G1 |
O Conselho
Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPB aprovou de maneira
unânime a criação da disciplina que trata do uso medicinal da maconha para os
alunos dos cursos de medicina, biomedicina e farmácia. De acordo com a
professora doutora Katy Lísias Gondim Dias de Albuquerque, criadora da
disciplina, a UFPB é a primeira universidade federal do Brasil a tratar o tema
nos três cursos. A reunião foi realizada na quinta-feira (15).
A criação da
disciplina foi proposta pela pela professora, que faz parte do Departamento de
Fisiologia e Patologia. A disciplina estará vinculada ao projeto pedagógico do
curso de biomedicina e vai ser ofertada pela primeira vez aos cursos de biomedicina,
medicina e farmácia no período 2019.2 e posteriormente aos demais cursos de
graduação da UFPB.
Segundo
a professora, a nova disciplina vai se chamar Sistema Endocanabinoide e
Perspectivas Terapêuticas da Cannabis Sativa e Seus Derivados. “O objetivo
principal é introduzir conhecimentos sobre o Sistema Endocanabinoide e sua
relação com diversas doenças, além de ampliar os estudos farmacológicos sobre
os canabinoides (endógenos e exógenos), com ênfase nas manifestações clínicas,
tratamento e possíveis interações medicamentosas”, comentou.
No entanto, ter
uma disciplina específica para estudar os efeitos terapêuticos da maconha não é
uma novidade no geral. O curso de medicina veterinárias da Universidade Federal
de São Carlos tem uma disciplina de endocanabinologia, de acordo com Katy
Albuquerque.
Para a professora,
o desejo é de que essa iniciativa sirva de inspiração para outras universidades
e que em um futuro muito próximo esse tema faça parte do currículo dos cursos
da área de saúde de muitas instituições de forma semelhante ao que está sendo
feito na UFPB.
“É muito
importante que essa formação sobre as perspectivas terapêuticas da cannabis
sativa aconteça dentro da graduação para que os profissionais de saúde saiam
das universidades com menos preconceito e embasados na ciência para aumentar
seu arsenal de terapêutico”, comenta Katy Albuquerque.
A professora da
UFPB explica que atualmente muitas doenças graves não estão respondendo de
forma satisfatória à terapia convencional e que muitas pesquisas científicas
estão encontrando uma melhora bastante significativa com produtos à base de
cannabis.
“É nosso dever,
como professores e pesquisadores, mostrar aos futuros prescritores e demais
profissionais da área da saúde que existe uma possibilidade terapêutica
bastante viável a partir dessa planta no tratamento de diversas doenças”,
avaliou a professora.
G1 PB
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